domingo, 16 de fevereiro de 2014

Dores de Campos, MG - Nos campos e nos rins!

E lá fomos nós pra mais uma empreitada Minas Gerais adentro (e bota adentro nisso!). Partimos de Franca logo cedo, Alexandre Iara, vulgo Cajamanga, Luís Antônio, o Luizão e eu. 22 km a frente, logo ali em Patrocínio Paulista, apanhamos o Perciva, mais conhecido como Tarcísio.

Apesar de já ter cumprido meus longos e dolorosos 30 dias de suspensão por atingimento de 22 pontos em minha CNH, a mesma encontra-se em processo de renovação, portanto, mais uma viagem em que tenho que ir sofrendo de passageiro!

No primeiro trecho, Franca-Patrocínio Paulista, Luizão foi no posto de piloto. O câmbio do Corsinha sofreu um pouco nos engates de marcha, mas pelo menos ele não deixava o ponteiro do RPM bater lá nos 6.000 giros! Quiçá, batia nos 2.000 giros, o que também não deixa de ser irritante!


Ainda sem a companhia do Sol, que se fazia preguiçoso ao levantar, já na cidade dos diamantes, Taricisão assumiu o volante, para míseros 470 km debaixo de um sol escaldante, porém, com belas paisagens, sem plantações de cana de açúcar e muitas, mais muitas lombadas! Algumas vistas, outras somente sentidas!


O espaço do Corsa é um objeto de estudo sobre a lei da física de que 2 (ou 4 nesse caso) corpos não ocupam o mesmo lugar. É impressionante a capacidade de fazer caber mais coisa do que se imagina dentro desse carrinho valente! Éramos 4 dentro dele, com um relativo conforto! Porém, conforto esse não tão grande a ponto de nos convencer a não parar logo ali em Alpinópolis, já no estado de Minas Gerais, mais conhecida como "Ventania". Apelido este que também nomeia o posto onde tomamos nosso café da manhã...


De Ventania até Dores de Campos, apenas mais uma parada para abastecimento do carro e liberação de líquidos dos passageiros. O pit stop foi feito em Santana da Vargem, já do lado de lá do Rio Grande. Aliás, este está com o nível de água muito baixo, perceptível ali em Ilicínea, mas ainda sim é uma bela paisagem pra amenizar a longa viagem.


Próxima, e última, parada, Dores de Campos. Como já é tradição, faltando uns 80 km para nosso destino, Jorge Bortoletto, nosso representante daquela região, nos liga, com sua nada convencional delicadeza, nos perguntando se estávamos indo de jegue, pela demora! Pra quem mora a 1:30 hora do destino (ele é carioca do brejo de Juiz de Fora, MG), é fácil sacanear quem viajou quase 7:00 horas...

Depois da peleja, a recompensa! A comida da Dona Norma (Restaurante Moreira) em Dores de Campos é covardia com as "comidas caseiras" anunciadas na estrada. Segundo Wellington, filho da dona Norma, tudo é cultivado por eles, no sítio. E não é de se duvidar, o sabor da comida feita em banha de porco é fenomenal!

Todo mundo comido, hora de trabalhar um pouco. A reunião no cliente envolvendo vários assuntos se estendeu a tarde toda. Graças ao horário de verão, fomos embora para São João Del Rei ainda de dia, onde dormimos e no dia seguinte, partirmos para Madre de Deus de Minas, visitar mais unidade deste cliente.

Em São João, nossa base é na pousada Cabanas do Rei que em dias de semana, principalmente fora de temporada, é a moradia de vários vendedores de vários setores. O lado ruim, é que nesse mundo machista, a maioria desses mesmos vendedores são homens (ou aparentam), transformando a pousada em uma enorme sauna masculina! E como o bicho macho é territorialista, sempre tem os "pavões" pra demarcar o território. O nosso, Luizão, tratou de exibir uma coreografada hidrogisnástica e logo depois, uma sessão de supino reto - pasmem - com uma espreguiçadeira! A minha teoria ainda é por conta de toda cola cheirada nesses anos de profissão...

Luizão "malhado", algumas Brahmas curtindo uma lua cheia (sem clima) com os colegas, aquela sopinha (já inclusa na diária em dias de semana) e cama, porque a quinta feira começaria cedo.

Depois de um bom café da manhã mineiro, 40 km nos aguardavam até Madre de Deus de Minas, cidade de pouco mais de 5.000 habitantes, onde nosso cliente fincava mais uma unidade. Visita rápida, porém produtiva, e viramos a cara pra casa, rumo a outros 450 km de volta.

Logo na saída da cidade, Perciva preparou a "traia" de pesca e começou a dar umas fisgadas! Mesmo sem a CNH válida, nesse em um "pequeno trecho" preferi dirigir, já que mais valia uma possível multa do que "encostar" em um barranco. Pretinha e Dudinha me esperavam em casa...

Nosso almoço foi em São Sebastião da Vitória, no famoso Ponto Real Lanches! Comemos de almoço um prato típico de Minas, o pão de queijo! Sim, nosso almoço foi essa bolota de queijo, recheada com os mais variados sabores. No meu caso, fui de "Napolitano Tradicional"!

Até Alpinópolis, o carro veio tranquilo, podendo usufruir da quinta marcha, coisa que com o motorista Tarcísio o mesmo não podia (acho que ele sabe contar até 4 só...). Da mesma forma, pela experiência adquirida ao longo desses meus 15 anos de empresa, sabia identificar um quebra mola no trajeto, passando por eles com o devido cuidado e velocidade compatível!


O penúltimo trecho, até Patrocínio Paulista, voltamos a sofrer com a pilotagem "agressiva" do Perciva! Pra finalizar, o descanso no motor proporcionado pela pilotagem extremamente passiva do Luizão! A cereja do bolo ficou a cargo do Cajamanga que me "conduziu" da casa do Luizão até meu QG, são e salvo!


***

A viagem:
- O destino no GPS: S 21.101 - W 43.995
- Distância percorrida: 1.190 km
- Tempo total: 47 horas 50 minutos
- Quebra molas não vistos pelo Tarcísio: 29 dos 72